Observação da realidade e criação de figuras geométricas

Dos Prédios Antigos Para o Papel

Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoalPara construir polígono dentro da circunferência, há duas técnicas principais. Uma delas é dividir o ângulo central, de 360º, em tantas vezes quantos lados o polígono tiver. O princípio da confecção do pentágono, por exemplo, é definir, com transferidor, o ângulo de 72º. Outra técnica, mais complexa e também mais precisa, é a que utiliza o compasso.
Foto: M.C. Escher Foundation O professor pediu que a classe pesquisasse o trabalho do artista holandês. Chamou a atenção para o fato de que sob certos padrões que destacam figuras como as dos lagartos (acima) estão polígonos regulares (hexágonos, no caso). As paisagens fantásticas imaginadas por Escher encantaram os estudantes, por seus efeitos óticos.
Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoal
O próximo passo foi procurar mosaicos no centro de São Paulo. Os belos exemplos encontrados iam de ladrilhos quadriculados, em padrões repetitivos relativamente simples, como no Teatro Municipal, até combinações mais complexas, no Mosteiro de São Bento (acima).
 O ponto alto da excursão deu-se no Centro Cultural Banco do Brasil. No piso térreo, há um intrincado mosaico estrelado que mexeu com a imaginação das crianças. "Elas me perguntaram se era possível fazer algo semelhante no papel e alguns chegaram bem perto disso", conta Renato.
Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoal Em sala, depois de estudar bastante as fotos dos pisos mais bonitos vistos no centro da cidade, a turma passou a reproduzir as composições de ladrilhos e a criar outras com as técnicas adquiridas no aprendizado da construção de polígonos. O material utilizado foi papel quadriculado, régua, compasso e lápis de cor.
Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoal Renato estimulou os alunos a sofisticarem cada vez mais suas criações, absorvendo a importância estética do conceito de simetria. "As construções evoluíram de desenhos no interior da circunferência para uns dentro dos outros", diz. A garotada percebeu que os mesmos pontos tocados na circunferência pelos vértices dos polígonos regulares podiam ser ligados de forma cruzada para criar estrelas.
Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoal




Durante a organização da feira cultural, veio a sugestão de desenhar no chão da sala. Um dos trabalhos em papel foi escolhido para servir de modelo. Era uma composição geométrica simples, mas com um belo trabalho de correspondência de cores entre as interseções dos círculos e os segmentos da borda.
Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoal


Finalmente, o público (a família dos alunos e a comunidade) pôde ver os trabalhos. Feitos em papel sulfite, eles foram colados em folhas de canson e emoldurados com passe-partout preto. "Providenciamos iluminação de galeria de arte", diz Renato. Depois de encerrada a mostra, todos ganharam um CD com as fotos das etapas do projeto e dos desenhos produzidos.