Dos Prédios Antigos Para o Papel
![Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoal](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_sadM-Vi9BQP4FAF-ALLXiGrWqiILpF7lE5FKkcF85Gfu0jp0e8UP9TFFb6pnSFS7yQ2kV2Aujg7OVTp_p8aTKrRbykSQue_YV4Os_2jWxHI_Pii6vKDyB1_UB9t6sPBU967qkH9LRLuTQ=s0-d)
Para construir polígono dentro da circunferência, há duas técnicas
principais. Uma delas é dividir o ângulo central, de 360º, em tantas
vezes quantos lados o polígono tiver. O princípio da confecção do
pentágono, por exemplo, é definir, com transferidor, o ângulo de 72º.
Outra técnica, mais complexa e também mais precisa, é a que utiliza o
compasso.
![Foto: M.C. Escher Foundation](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_tZkTHl5L80JmqeHj3KnQKjZTHIMxHI5IA6JDgppMiw_KnX-Eza7daFTXBtI9nd1GDaLOeckxcxsxaKlriBi11Ry104x2gcqUYfSKiB4G_7NfH5xyh8YyhzXWTdzITi3s9HfAiDfT0pQHw=s0-d)
O professor pediu que a classe pesquisasse o trabalho do artista
holandês. Chamou a atenção para o fato de que sob certos padrões que
destacam figuras como as dos lagartos (acima) estão polígonos regulares
(hexágonos, no caso). As paisagens fantásticas imaginadas por Escher
encantaram os estudantes, por seus efeitos óticos.
O próximo passo foi procurar mosaicos no centro de São Paulo. Os
belos exemplos encontrados iam de ladrilhos quadriculados, em padrões
repetitivos relativamente simples, como no Teatro Municipal, até
combinações mais complexas, no Mosteiro de São Bento (acima).
O ponto alto da excursão deu-se no Centro Cultural Banco do Brasil. No
piso térreo, há um intrincado mosaico estrelado que mexeu com a
imaginação das crianças. "Elas me perguntaram se era possível fazer algo
semelhante no papel e alguns chegaram bem perto disso", conta Renato.
![Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoal](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_ueC5yO5tKZiojFiWQpq09aBzyLlSnLSLOK7_T_n_6lE2VUlzYTbi9RjfpSURgRLRCXuf7c90vHpMtv-Y_eZKiWANUr5otb7K2Dqm7m7hjPF-ZjA7-YiAYThX7X_NMKcbV8o8pKlkwwPe4=s0-d)
Em sala, depois de estudar bastante as fotos dos pisos mais bonitos
vistos no centro da cidade, a turma passou a reproduzir as composições
de ladrilhos e a criar outras com as técnicas adquiridas no aprendizado
da construção de polígonos. O material utilizado foi papel quadriculado,
régua, compasso e lápis de cor.
![Foto: Renato Silveiro Alves/Arquivo pessoal](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AEn0k_vUUk3qow0y37POjiihkTa0yZ4qGNDtLKhlvir54QTOT3m79A-v-OqLslWxgdjuuaHBm8z2Mzixdo1Ku2pGqGUdW_sLdRq4FuLqyShe3PJPY52ThtBuCX1dtcDpqdkm-URN2aFCzvG-7bM=s0-d)
Renato estimulou os alunos a sofisticarem cada vez mais suas criações,
absorvendo a importância estética do conceito de simetria. "As
construções evoluíram de desenhos no interior da circunferência para uns
dentro dos outros", diz. A garotada percebeu que os mesmos pontos
tocados na circunferência pelos vértices dos polígonos regulares podiam
ser ligados de forma cruzada para criar estrelas.
Durante a organização da feira cultural, veio a sugestão de desenhar
no chão da sala. Um dos trabalhos em papel foi escolhido para servir de
modelo. Era uma composição geométrica simples, mas com um belo trabalho
de correspondência de cores entre as interseções dos círculos e os
segmentos da borda.
Finalmente, o público (a família dos alunos e a comunidade) pôde ver os
trabalhos. Feitos em papel sulfite, eles foram colados em folhas de
canson e emoldurados com passe-partout preto. "Providenciamos iluminação
de galeria de arte", diz Renato. Depois de encerrada a mostra, todos
ganharam um CD com as fotos das etapas do projeto e dos desenhos
produzidos.